Quem não se move, não sente as correntes que o prendem. (Rosa Luxemburgo).

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sobre o olhar medusiano


Preciso dizer uma coisa sobre a qual meus olhos não querem ser vistos, porque o olhar pode ser tão mais poderoso que as palavras.....

É sobre esse olhar que quero dizer. Um olhar medusiano que fulmina meu coração logo na primeira hora de um dia chuvoso do primeiro dia de uma longa e laboriosa semana. Vontade de voltar para trás, de chorar alto, de acabar sem começar...

Por que tamanho desamor por minutos que não nos pertence? Por que trazer a ditadura e a disciplina odiosa do labor para o amor? Por que tanta corrida e tantas dores pelos músculos se não se podemos despertar a manhã com o principal deles? O sorriso, penso, deve ser o exercício do coração...

E para que panturrilhas alienadas e desamadas??

Assim, meu amor refugia-se, a cada manhã dessas, num canto qualquer do meu mais nobre músculo, e o faz para que não seja roubado por um passante qualquer ou para que não seja entristecido pelo seu ser amado.
Não se vence a vida estando só.  Não se vence a vida minando a própria vida.
A delícia do fim de semana se esvai nas águas que meus olhos não choraram hoje...